E se eu der tudo?
de Ray Boltz– E se eu der tudo o que tenho?
O que meu presente pode fazer?
– E se eu der tudo o que tenho?
O que meu presente pode fazer?
Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida
E, enquanto não me descobres,
os mundos vão navegando
nos ares certos do tempo,
até não se sabe quando…
Você sabe como é
Estar tão só
Que a escuridão e a luz
Se misturam?
O texto visível é o texto total
O antetexto o antitexto
Ou as ruínas do texto?
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.
Já o verme – este operário das ruínas –
(…)
Anda a espreitar meus olhos para roê-los
Será o ser algo desdobrável
Ou incorruptível ao ponto único
De não ter mais nada em si
Do que a própria estrutura de ser?
Esta chama que alenta e consome,
Que é vida – e que a vida destrói –
Como é que se veio a atear?
Se nela está minha alma transformada,
que mais deseja o corpo de alcançar?
Em si somente pode descansar,
pois consigo tal alma está ligada.
O eterno sonho da alma desterrada,
Sonho que a traz ansiosa e embevecida,
É uma hora feliz, sempre adiada