Beatriz
de Humberto de CamposVi tesouros sem conta: entre as umbrosas
Selvas, o ouro encontrei, e o ônix, e as frias
Turquesas, e esmeraldas luminosas…
Humberto de Campos Veras (Miritiba, 25 de outubro de 1886 — Rio de Janeiro, 5 de dezembro de 1934) foi um jornalista, político e escritor brasileiro.
De origem humilde, era filho de Joaquim Gomes de Farias Veras e Ana de Campos Veras. Nasceu no então município maranhense de Miritiba – hoje batizado com o seu nome. Com a morte do pai, aos seis anos, mudou-se para São Luís, onde começou a trabalhar no comércio local para auxiliar na subsistência da família. Aos dezessete muda-se, novamente, para o Pará, onde começa a exercer atividade jornalística na Folha do Norte e n’A Província do Pará. Em 1910, quando contava 24 anos, publica seu primeiro livro de versos, intitulado “Poeira” (1.ª série), que lhe dá razoável reconhecimento.
Em 1919 ingressa na Academia Brasileira de Letras, sucedendo Emílio de Menezes na cadeira n.º 20. Um ano depois ingressa na política, elegendo-se deputado federal pelo seu Estado natal, tendo seus mandatos sucessivamente renovados até a eclosão da Revolução de 1930, quando é cassado. Após passar por um período de dificuldades financeiras, é nomeado, graças à admiração que lhe votavam figuras de destaque do Governo Provisório, Inspetor de Ensino no Rio de Janeiro e, posteriormente, diretor da Fundação Casa de Rui Barbosa.
Vi tesouros sem conta: entre as umbrosas
Selvas, o ouro encontrei, e o ônix, e as frias
Turquesas, e esmeraldas luminosas…
Alongo os olhos, atirando um beijo
à forma vaga do teu corpo… E nada!
Derramo os olhos por mim mesmo… E, nesta
muda consulta ao coração cansado,
que é que vejo? que sinto? que me resta?
Nada
Pede ao Deus que, apesar das tuas dores,
ainda persiste a castigar teu filho,
que eu não morra a sofrer, como hoje vivo…