Em sobressalto
de Henriqueta Lisboaelas se impõem de cátedra
com implacável desfaçatez
Conhecereis a praia
Onde a vaga se espraia
E a tempestade cessou?
Porque és assim tão escura, assim tão triste?!
é que, talvez, ó noite, em ti existe
Uma saudade igual à que eu contenho!
E o chão, sob os seus passos murmurando,
Segue-a de um hino, de rumor de festa...
Sinto o roçar das asas Amarelas
e escuto essas Canções encantatórias
que tento, em vão, de mim desapossar.
Pois formas tão perfeitas de beleza
Vêm do fulgor das trevas.
Estas as figurações do sonho:
uma placa de prata e um nome inscrito,
hoje apagado, gravado há muito,
muito tempo. E só.
Ouço que a natureza é uma lauda eterna
de pompa, de fulgor, de movimento e lida...
Jogos da luz dançando na folhagem!
Do que eu ia escrever até me esqueço...
É a senha da vida
a senha do mundo.
Vou procurá-la.
Vou procurá-la a vida inteira
Mais alto, sim! mais alto, mais além
Do sonho, onde morar a dor da vida,
Até sair de mim!