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Recordo Ainda

de

Recordo ainda (e nada mais me importa)
Aqueles dias de uma luz tão mansa
Que me deixavam, sempre, de lembrança,
Algum brinquedo novo à minha porta…

Mas veio um vento de desesperança
Soprando cinzas pela noite morta!
E eu pendurei na galharia torta
Todos os meus brinquedos de criança…

Estrada afora após segui… Mas, ai!
Embora idade e senso eu aparente,
Não vos iludais o velho que aqui vai:

Eu quero os meus brinquedos novamente!
Sou um pobre menino – acreditai –
Que envelheceu, um dia, de repente…

postado por em 22-09-2003