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O Rebelde

de

É um lobo do mar: numa espelunca
Mora, à beira do Oceano, em rocha alpestre;
Ira-se a onda e, qual tigre silvestre,
De mortos vegetais a praia junca.

E ele, olhando como um velho mestre
O revoltoso que não dorme nunca,
Recurva o dedo como garra adunca,
Sobre o cachimbo, único amor terrestre,

E então assoma-lhe um sorriso amargo…
É um rebelde também, cérebro largo,
Que odeia os reis e os padres excomunga.

À noite, dorme sem rezar: que importa?
Enorme cão fiel, guarda-lhe a porta
O velho mar soturno que resmunga.

postado por em 04-04-2006