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A Rua dos Cataventos ( XXIV )

de
(a Lino de Melo e Silva)

A ciranda rodava no meio do mundo,
No meio do mundo a ciranda rodava.
E quando a ciranda parava um segundo,
Um grilo, sozinho no mundo, cantava…

Dali a três quadras o mundo acabava.
Dali a três quadras, num valo profundo…
Bem junto com a rua o mundo acabava.
Rodava a ciranda no meio do mundo…

E Nosso Senhor era ali que morava,
Por trás das estrelas, cuidando o seu mundo…
E quando a ciranda por fim terminava

E o silêncio, em tudo, era mais profundo,
Nosso Senhor esperava… esperava…
Cofiando as suas barbas de Pedro Segundo.

postado por em 16-05-2015