Noite
de Cecília MeirelesÚmido gosto de terra,
Cheiro de pedra lavada
– Tempo inseguro do tempo! –
Sombra do flanco da serra,
Nua e fria, sem mais nada.
Brilho de areias pisadas,
Sabor de folhas mordidas,
– Lábio da voz sem ventura! –
Suspiro das madrugadas
Sem coisas acontecidas.
A noite abria a frescura
Dos campos todos molhados,
– Sozinha, com o seu perfume! –
Preparando a flor mais pura
Com ares de todos os lados.
Bem que a vida estava quieta.
Mas passava o pensamento…
– De onde vinha aquela música?
E era uma nuvem repleta,
Entre as estrelas e o vento.
postado por Ederson Peka em 25-12-2013