Escravocratas
de Cruz e SousaOh! Trânsfugas do bem que sob o manto régio
manhosos, agachados - bem como um crocodilo,
viveis sensualmente à luz dum privilégio
na pose bestial dum cágado tranqüilo.
Eu rio-me de vós e cravo-vos as setas
ardentes do olhar - formando uma vergasta
dos raios mil do sol, das iras dos poetas,
e vibro-vos à espinha - enquanto o grande basta
O basta gigantesco, imenso, extraordinário -
da branca consciência - o rútilo sacrário
no tímpano do ouvido - audaz me não soar.
Eu quero em rude verso altivo adamastórico,
vermelho, colossal, d'estrépito, gongórico,
castrar-vos como um touro - ouvindo-vos urrar!
postado por Ederson Peka em 04-01-2011