Pular para o conteúdo

Círculo Vicioso

  • por

Bailando no ar, gemia inquieto vaga-lume:-“Quem me dera que fosse aquela loura estrela,Que arde no eterno azul, como uma eterna vela!”Mas a estrela, fitando a lua, com ciúme: -“Pudesse eu copiar o transparente lume,Que, da… Círculo Vicioso

Os Dois Horizontes

  • por

Dois horizonte fecham nossa vida: Um horizonte, – a saudadeDo que não há de voltar;Outro horizonte, – a esperançaDos tempos que hão de chegar;No presente, – sempre escuro, –Vive a alma ambiciosaNa ilusão voluptuosaDo passado… Os Dois Horizontes

Mundo Interior

  • por

Ouço que a natureza é uma lauda eternaDe pompa, de fulgor, de movimento e lida,Uma escala de luz, uma escala de vidaDe sol à ínfima luzerna. Ouço que a natureza, – a natureza externa, –Tem… Mundo Interior

Soneto de Natal

  • por

Um homem, – era aquela noite amiga,Noite cristã, berço do Nazareno, –Ao relembrar os dias de pequeno,E a viva dança, e a lépida cantiga, Quis transportar ao verso doce e amenoAs sensações da sua idade… Soneto de Natal

Livros e Flores

  • por

Teus olhos são meus livros.Que livro há aí melhor,Em que melhor se leiaA página do amor? Flores me são teus lábios.Onde há mais bela flor,Em que melhor se bebaO bálsamo do amor?

A Carolina

  • por

Querida, ao pé do leito derradeiroEm que descansas dessa longa vida,Aqui venho e virei, pobre querida,Trazer-te o coração do companheiro. Pulsa-lhe aquele afeto verdadeiroQue, a despeito de toda a humana lida,Fez a nossa existência apetecidaE… A Carolina

Alencar

  • por

Hão de os anos volver, – não como as nevesDe alheios climas, de geladas cores;Hão de os anos volver, mas como as flores,Sobre o teu nome, vívidos e leves… Tu, cearense musa, que os amoresMeigos… Alencar

Camões, I

  • por

Tu quem és? Sou o século que passa.Quem somos nós? A multidão fremente.Que cantamos? A glória resplendente.De quem? De quem mais soube a força e a graça. Que cantou ele? A vossa mesma raça.De que… Camões, I

Camões, II

  • por

Quando, transposta a lúgubre moradaDos castigos, ascende o florentinoÀ região onde o clarão divinoEnche de intensa luz a alma nublada, A saudosa Beatriz, a antiga amada,A mão lhe estende e guia o peregrino,E aquele olhar… Camões, II

Camões, III

  • por

Quando, torcendo a chave misteriosaQue os cancelos fechava do Oriente,O Gama abriu a nova terra ardenteAos olhos da companha valorosa, Talvez uma visão resplandecenteLhe amostrou no futuro a sonorosaTuba, que cantaria a ação famosaAos ouvidos… Camões, III

Camões, IV

  • por

Um dia, junto à foz de brando e amigoRio de estranhas gentes habitado,Pelos mares aspérrimos levado,Salvaste o livro que viveu contigo. E esse que foi às ondas arrancado,Já livre agora do mortal perigo,Serve de arca… Camões, IV

Lindoia

  • por

Vem, vem das águas, mísera Moema,Senta-te aqui. As vozes lastimosasTroca pelas cantigas deleitosas,Ao pé da doce e pálida Coema. Vós, sombras de Iguaçu e de Iracema,Trazei nas mãos, trazei no colo as rosasQue amor desabrochou… Lindoia