Camões, II
Quando, transposta a lúgubre moradaDos castigos, ascende o florentinoÀ região onde o clarão divinoEnche de intensa luz a alma nublada, A saudosa Beatriz, a antiga amada,A mão lhe estende e guia o peregrino,E aquele olhar… Camões, II
Quando, transposta a lúgubre moradaDos castigos, ascende o florentinoÀ região onde o clarão divinoEnche de intensa luz a alma nublada, A saudosa Beatriz, a antiga amada,A mão lhe estende e guia o peregrino,E aquele olhar… Camões, II
Quando, torcendo a chave misteriosaQue os cancelos fechava do Oriente,O Gama abriu a nova terra ardenteAos olhos da companha valorosa, Talvez uma visão resplandecenteLhe amostrou no futuro a sonorosaTuba, que cantaria a ação famosaAos ouvidos… Camões, III
Um dia, junto à foz de brando e amigoRio de estranhas gentes habitado,Pelos mares aspérrimos levado,Salvaste o livro que viveu contigo. E esse que foi às ondas arrancado,Já livre agora do mortal perigo,Serve de arca… Camões, IV
Felício amigo, se eu disser que os anosPassam correndo ou passam vagarosos,Segundo são alegres ou penosos,Tecidos de afeições ou desenganos, “Filosofia é esta de rançosos!”Dirás. Mas não há outra entre os humanos.Não se contam sorrisos… A Felício dos Santos
Entra cantando, entra cantando, Apolo!Entra sem cerimônia, a casa é tua;Solta versos ao sol, solta-os à lua,Toca a lira divina, alteia o colo. Não te embarace esta cabeça nua;Se não possui as primitivas heras,Vibra-lhe ainda… Entra cantando, entra cantando, Apolo!
Prometeu sacudiu os braços manietadosE súplice pediu a eterna compaixão,Ao ver o desfilar dos séculos que vãoPausadamente, como um dobre de finados. Mais dez, mais cem, mais mil e mais um bilião,Uns cingidos de luz,… O Desfecho