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Eu Cantarei de Amor Tão Docemente

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Eu cantarei de amor tão docemente,Por uns termos em si tão concertados,Que dois mil acidentes namoradosFaça sentir ao peito que não sente. Farei que amor a todos avivente,Pintando mil segredos delicados,Brandas iras, suspiros magoados,Temerosa ousadia… Eu Cantarei de Amor Tão Docemente

O Catador

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Um homem catava pregos no chão.Sempre os encontrava deitados de comprido,ou de lado,ou de joelhos no chão.Nunca de ponta.Assim eles não furam mais – o homem pensava.Eles não exercem mais a função de pregar.São patrimônios… O Catador

Teus Olhos

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Olhos do meu Amor! Infantes loirosQue trazem os meus presos, endoidados!Neles deixei, um dia, os meus tesoiros:Meus anéis, minhas rendas, meus brocados. Neles ficaram meus palácios moiros,Meus carros de combate, destroçados,Os meus diamantes, todos os… Teus Olhos

Círculo Vicioso

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Bailando no ar, gemia inquieto vaga-lume:-“Quem me dera que fosse aquela loura estrela,Que arde no eterno azul, como uma eterna vela!”Mas a estrela, fitando a lua, com ciúme: -“Pudesse eu copiar o transparente lume,Que, da… Círculo Vicioso

Os Dois Horizontes

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Dois horizonte fecham nossa vida: Um horizonte, – a saudadeDo que não há de voltar;Outro horizonte, – a esperançaDos tempos que hão de chegar;No presente, – sempre escuro, –Vive a alma ambiciosaNa ilusão voluptuosaDo passado… Os Dois Horizontes

Mundo Interior

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Ouço que a natureza é uma lauda eternaDe pompa, de fulgor, de movimento e lida,Uma escala de luz, uma escala de vidaDe sol à ínfima luzerna. Ouço que a natureza, – a natureza externa, –Tem… Mundo Interior

Soneto de Natal

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Um homem, – era aquela noite amiga,Noite cristã, berço do Nazareno, –Ao relembrar os dias de pequeno,E a viva dança, e a lépida cantiga, Quis transportar ao verso doce e amenoAs sensações da sua idade… Soneto de Natal

Livros e Flores

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Teus olhos são meus livros.Que livro há aí melhor,Em que melhor se leiaA página do amor? Flores me são teus lábios.Onde há mais bela flor,Em que melhor se bebaO bálsamo do amor?

A Carolina

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Querida, ao pé do leito derradeiroEm que descansas dessa longa vida,Aqui venho e virei, pobre querida,Trazer-te o coração do companheiro. Pulsa-lhe aquele afeto verdadeiroQue, a despeito de toda a humana lida,Fez a nossa existência apetecidaE… A Carolina

Alencar

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Hão de os anos volver, – não como as nevesDe alheios climas, de geladas cores;Hão de os anos volver, mas como as flores,Sobre o teu nome, vívidos e leves… Tu, cearense musa, que os amoresMeigos… Alencar

Camões, I

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Tu quem és? Sou o século que passa.Quem somos nós? A multidão fremente.Que cantamos? A glória resplendente.De quem? De quem mais soube a força e a graça. Que cantou ele? A vossa mesma raça.De que… Camões, I