Invocação
de Souza CaldasÓ Moisés! Tua voz não me alucina:
A voz, que soltas, é a voz divina.
Ó Moisés! Tua voz não me alucina:
A voz, que soltas, é a voz divina.
A medida certa,
punhal de prata,
para atravessar-me o peito
Eu venho terminar tua agonia;
Morre, não penes mais, ó desgraçado!
Dou respeito às coisas desimportantes
e aos seres desimportantes.
Tenho abundância de ser feliz por isso.
Quanta dor tu não redimes!
Mesmo feita de amargura,
Feliz o que nos lábios,
No coração,
Na mente
Põe teu nome
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumadas
nem parvamente acreditar
Decore seu olhar com luzes brilhantes
estendendo as cores em seu semblante
Sua boca pequena
No mesmo instante
Sorria pra mim
Os anjos, duas vezes descendo
Reembolsaram minha escassez.
Por isso as asas dormentes,
suspiram por outro céu.
Mas ai delas! tão doentes,
não podem voar mais eu…