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A Rua dos Cataventos ( XIV )

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Dentro da noite alguém cantou.Abri minhas pupilas assustadasDe ave noturna… E as minhas mãos, velas paradas,Não sei que frêmito as agitou! Depois, de novo, o coração parou.E quando a lua, enorme, nas estradasSurge… dançam as… A Rua dos Cataventos ( XIV )

A Rua dos Cataventos ( XVI )

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Triste encanto das tardes borralheirasQue enchem de cinza o coração da gente!A tarde lembra um passarinho doenteA pipilar os pingos das goteiras… A tarde pobre fica, horas inteiras,A espiar pelas vidraças, tristemente,O crepitar das brasas… A Rua dos Cataventos ( XVI )

A Rua dos Cataventos ( XVIII )

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Esses inquietos ventos andarilhosPassam e dizem: “Vamos caminhar.Nós conhecemos misteriosos trilhos,Bosques antigos onde é bom cismar… E há tantas virgens a sonhar idílios!E tu não vieste, sob a paz lunar,Beijar os seus entrefechados cíliosE as… A Rua dos Cataventos ( XVIII )

A Rua dos Cataventos ( XXI )

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Gadêa… Pelichek… Sebastião…Lobo Alvim… Ah, meus velhos camaradas!Aonde foram vocês? Onde é que estãoAquelas nossas ideais noitadas? Fiquei sozinho… Mas não creio, não,Estejam nossas almas separadas!Às vezes sinto aqui, nestas calçadas,O passo amigo de vocês…… A Rua dos Cataventos ( XXI )

A Rua dos Cataventos ( XXII )

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Vontade de escrever quatorze versos…Pobre do Poeta!… É só pra disfarçar…Andam por tudo signos diversosImpossíveis da gente decifrar. Quem sabe lá que estranhos universosQue navios começaram a afundar…Olha! os meus dedos, no nevoeiro imersos,Diluíram-se… Escusado… A Rua dos Cataventos ( XXII )

A Rua dos Cataventos ( XXIII )

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Cidadezinha cheia de graça…Tão pequenina que até causa dó!Com seus burricos a pastar na praça…Sua igrejinha de uma torre só… Nuvens que venham, nuvens e asas,Não param nunca nem um segundo…E fica a torre, sobre… A Rua dos Cataventos ( XXIII )

A Rua dos Cataventos ( XXVI )

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Deve haver tanta coisa desabadaLá dentro… Mas não sei… É bom ficarAqui, bebendo um chope no meu bar…E tu, deixa-me em paz, Alma Penada! Não quero ouvir essa interior balada…Saudade… amor… cantigas de ninar…Sei que… A Rua dos Cataventos ( XXVI )

A Rua dos Cataventos ( XXVIII )

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Sobre a coberta o lívido marfimDos meus dedos compridos, amarelos…Fora, um realejo toca para mimValsas antigas, velhos ritornelos. E esquecido que vou morrer enfim,Eu me distraio a construir castelos…Tão altos sempre… cada vez mais belos!…Nem… A Rua dos Cataventos ( XXVIII )

A Rua dos Cataventos ( XXIX )

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Olha! Eu folheio o nosso Livro Santo…Lembras-te? O “Só”! Que vida, aquela vida…Vivíamos os dois na Torre de Anto…Torre tão alta… em pleno azul erguida!… O resto, que importava?… E no entretantoTu deixaste a leitura… A Rua dos Cataventos ( XXIX )