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Mundos

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Um elevador lento e de ferragens Belle Époqueme leva ao antepenúltimo andar do Céu,cheio de espelhos baços e de poltronas como o hallde qualquer um antigo Grande Hotel, mas deserto, deliciosamente desertode jornais falados e… Mundos

Um Dia Acordarás

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Um dia acordarás num quarto novosem saber como foste para láe as vestes que acharás ao pé do leitode tão estranhas te farão pasmar. A janela abrirás, devagarinho:fará nevoeiro e tu nada verás…Hás de tocar,… Um Dia Acordarás

A Rua dos Cataventos ( II )

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Dorme, ruazinha… É tudo escuro…E os meus passos, quem é que pode ouvi-los?Dorme o teu sono sossegado e puro,Com teus lampiões, com teus jardins tranquilos… Dorme… Não há ladrões, eu te asseguro…Nem guardas para acaso… A Rua dos Cataventos ( II )

A Rua dos Cataventos ( IV )

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Minha rua está cheia de pregões.Parece que estou vendo com os ouvidos:“Couves! Abacaxis! Caquis! Melões!”Eu vou sair pro Carnaval dos ruídos, Mas vem, Anjo da Guarda… Por que põesHorrorizado as mãos em teus ouvidos?Anda: escutemos… A Rua dos Cataventos ( IV )

A Rua dos Cataventos ( V )

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Eu nada entendo da questão social.Eu faço parte dela, simplesmente…E sei apenas do meu próprio mal,Que não é bem ou mal de toda a gente, Nem é deste Planeta… Por sinalQue o mundo se lhe… A Rua dos Cataventos ( V )

A Rua dos Cataventos ( VI )

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Na minha rua há um menininho doente.Enquanto os outros partem para a escola,Junto à janela, sonhadoramente,Ele ouve o sapateiro bater sola. Ouve também o carpinteiro, em frente,Que uma canção napolitana engrola.E pouco a pouco, gradativamente,O… A Rua dos Cataventos ( VI )

A Rua dos Cataventos ( VII )

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Avozinha Garoa vai contandoSuas lindas histórias, à lareira.“Era uma vez… Um dia… Eis senão quando…”Até parece que a cidade inteira Sob a garoa adormeceu sonhando…Nisto, um rumor de rodas em carreira…Clarins, ao longe… (É o… A Rua dos Cataventos ( VII )

A Rua dos Cataventos ( IX )

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É a mesma ruazinha sossegada,Com as velhas rondas e as canções de outrora…E os meus lindos pregões da madrugadaPassam cantando ruazinha em fora! Mas parece que a luz está cansada…E, não sei como, tudo tem,… A Rua dos Cataventos ( IX )

A Rua dos Cataventos ( X )

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Eu faço versos como os saltimbancosDesconjuntam os ossos doloridos.A entrada é livre para os conhecidos…Sentai, Amadas, nos primeiros bancos! Vão começar as convulsões e arrancosSobre os velhos tapetes estendidos…Olhai o coração que entre gemidosGiro na… A Rua dos Cataventos ( X )

A Rua dos Cataventos ( XI )

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Contigo fiz, ainda em menininho,Todo o meu Curso d’Alma… E desde cedoAprendi a sofrer devagarinho,A guardar meu amor como um segredo… Nas minhas chagas vinhas pôr o dedoE eu era o Triste, o Doido, o… A Rua dos Cataventos ( XI )

A Rua dos Cataventos ( XII )

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Tudo tão vago… Sei que havia um rio…Um choro aflito… Alguém cantou, no entanto…E ao monótono embalo do acalantoO choro pouco a pouco se extinguiu… O Menino dormia… Mas o cantoNatural como as águas prosseguiu…E… A Rua dos Cataventos ( XII )

A Rua dos Cataventos ( XIII )

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Este silêncio é feito de agoniasE de luas enormes, irreais,Dessas que espiam pelas gradariasNos longos dormitórios de hospitais. De encontro à Lua, as hirtas galhariasEstão paradas como nos vitraisE o luar decalca nas paredes friasMisteriosas… A Rua dos Cataventos ( XIII )