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Soneto da Desesperança

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De não poder viver sua esperançaTransformou-a em estátua e deu-lhe um nichoSecreto, onde ao sabor do seu caprichoFugisse a vê-la como uma criança. Tão cauteloso fez-se em seus cuidadosDe não mostrá-la ao mundo, que a… Soneto da Desesperança

O verbo no infinito

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Ser criado, gerar-se, transformarO amor em carne e a carne em amor; nascerRespirar, e chorar, e adormecerE se nutrir para poder chorar Para poder nutrir-se; e despertarUm dia à luz e ver, ao mundo e… O verbo no infinito

A Felicidade

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Tristeza não tem fimFelicidade sim A felicidade é como a plumaQue o vento vai levando pelo arVoa tão leveMas tem a vida brevePrecisa que haja vento sem parar A felicidade do pobre pareceA grande ilusão… A Felicidade

Poética

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De manhã escureçoDe dia tardoDe tarde anoiteçoDe noite ardo. A oeste a morteContra quem vivoDo sul cativoO este é meu norte. Outros que contemPasso por passo:Eu morro ontem Nasço amanhãAndo onde há espaço:– Meu tempo… Poética

Dialética

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É claro que a vida é boaE a alegria, a única indizível emoçãoÉ claro que te acho lindaEm ti bendigo o amor das coisas simplesÉ claro que te amoE tenho tudo para ser feliz Mas… Dialética

Pela luz dos olhos teus

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Quando a luz dos olhos meusE a luz dos olhos teusResolvem se encontrarAi que bom que isso é meu DeusQue frio que me dá o encontro desse olharMas se a luz dos olhos teusResiste aos… Pela luz dos olhos teus

Soneto de separação

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De repente do riso fez-se o prantoSilencioso e branco como a brumaE das bocas unidas fez-se a espumaE das mãos espalmadas fez-se o espanto. De repente da calma fez-se o ventoQue dos olhos desfez a… Soneto de separação

Soneto do amigo

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Enfim, depois de tanto erro passadoTantas retaliações, tanto perigoEis que ressurge noutro o velho amigoNunca perdido, sempre reencontrado. É bom sentá-lo novamente ao ladoCom olhos que contêm o olhar antigoSempre comigo um pouco atribuladoE como… Soneto do amigo

A Berlim

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Vós os vereis surgir da aurora mansaFirmes na marcha e uníssonos no bradoOs heróicos demônios da vingançaQue vos perseguem desde Stalingrado. As mãos queimadas do fuzil candenteAs vestes podres de granizo e lamaVós os vereis… A Berlim