Minha morte nasceu quando eu nasci.Despertou, balbuciou, cresceu comigo…E dançamos de roda ao luar amigoNa pequenina rua em que vivi. Já não tem mais aquele jeito antigoDe rir e que, ai de mim, também perdi!Mas… A Rua dos Cataventos ( XIX )
Quando a primeira vez, da minha terraDeixei as noites de amoroso encanto,A minha doce amante suspirandoVolveu-me os olhos úmidos de pranto. Um romance cantou de despedida,Mas a saudade amortecia o canto!Lágrimas enxugou nos olhos belos…E… O Lenço Dela
“Não quero ser o grande rio caudaloso Que figura nos mapas. Quero ser o cristalino fio d’água Que canta e murmura na mata silenciosa.” (in Sinfonia da Vida, Pólo Ed. do PR, 1997, p.28 e 29) Sobre Helena Kolody: http://pt.wikipedia.org/wiki/Helena_Kolody
Impossível compor um poema a essa altura da evolução da humanidade.Impossível escrever um poema – uma linha que seja – de verdadeira poesia.O último trovador morreu em 1914.Tinha um nome de que ninguém se lembra… O Sobrevivente
No retrato que me faço– traço a traço –às vezes me pinto nuvem,às vezes me pinto árvore…às vezes me pinto coisasde que nem há mais lembrança…ou coisas que não existemmas que um dia existirão…e, desta… O Auto-Retrato
Aqui, na Terra, a fome continua,A miséria, o luto, e outra vez a fome. Acendemos cigarros em fogos de napalmeE dizemos amor sem saber o que seja.Mas fizemos de ti a prova da riqueza,E também… Fala do velho do restelo ao astronauta