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A Rua dos Cataventos ( XXXIV )

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Lá onde a luz do último lampiãoUns tristes charcos alumia embalde,Moram, numa infinita solidão,As estrelinhas quietas do arrabalde… Na cidade, quem é que atenta nelas,Na sua história anônima, escondida?São menininhas pobres às janelas,Olhando inutilmente para… A Rua dos Cataventos ( XXXIV )

Para Telmo Vergara

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Era uma rua tão antiga, tão distanteque ainda tinha crepúsculos, a desgraçada…Acheguei-me a ela com este velho coração palpitantede quem tornasse a ver uma primeira namorada em todo o seu feitiço do primeiro instante.E a… Para Telmo Vergara

Imemorial

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À noite pervaguei pelo Beco do Impérioque há cinquenta anos não existe maise as horríveis mulheres, nos portais,estavam belas de eu sonhar com elas. Um bêbado me olhava, muito sério.“Ó meu velho Condessa, como vais?”Porém,… Imemorial

Emergência

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Quem faz um poema abre uma janela.Respira, tu que estás numa celaabafada,esse ar que entra por ela.Por isso é que os poemas têm ritmo —para que possas profundamente respirar.Quem faz um poema salva um afogado.

Canção do primeiro do ano

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Pelas estradas antigasAs horas vêm a cantar.As horas são raparigas,Entram na praça a dançar. As horas são raparigas… E a doce algazarra suaDe rua em rua se ouvia.De casa em casa, na rua,Uma janela se… Canção do primeiro do ano

A Rua dos Cataventos ( III )

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Quando os meus olhos de manhã se abriram,Fecharam-se de novo, deslumbrados:Uns peixes, em reflexos doirados,Voavam na luz: dentro da luz sumiram-se… Rua em rua, acenderam-se os telhados.Num claro riso as tabuletas riram.E até no canto… A Rua dos Cataventos ( III )

A Rua dos Cataventos ( XXXIII )

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Que bom ficar assim, horas inteiras,Fumando… e olhando as lentas espirais…Enquanto, fora, cantam os beiraisA baladilha ingênua das goteiras E vai a Névoa, a bruxa silenciosa,Transformando a Cidade, mais e mais,Nessa Londres longínqua, misteriosaDas poéticas… A Rua dos Cataventos ( XXXIII )

Os Parceiros

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Sonhar é acordar-se para dentro:de súbito me vejo em pleno sonhoe no jogo em que todo me concentromais uma carta sobre a mesa ponho. Mais outra! É o jogo atroz do Tudo ou Nada!E quase… Os Parceiros

A Rua dos Cataventos ( XXVII )

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Quando a luz estender a roupa nos telhadosE for todo o horizonte um frêmito de palmasE junto ao leito fundo nossas duas almasChamarem nossos corpos nus, entrelaçados, Seremos, na manhã, duas máscaras calmasE felizes, de… A Rua dos Cataventos ( XXVII )