Pular para o conteúdo

Soneto Inglês N° 1

  • por

Quando a morte cerrar meus olhos duros– Duros de tantos vãos padecimentos,Que pensarão teus peitos imaturosDa minha dor de todos os momentos?Vejo-te agora alheia, e tão distante:Mais que distante – isenta. E bem prevejo,Desde já… Soneto Inglês N° 1

Mancha

  • por

Para reproduzir o donaire sem parDesse alvo rosto e desse irônico sorrisoQue desconcerta e prende e atrai, fora precisoA mestria de Helleu, de Boldini ou Besnard Luz faiscante malícia ao fundo desse olhar,E há mais… Mancha

A Morte Absoluta

  • por

Morrer.Morrer de corpo e de alma.Completamente. Morrer sem deixar o triste despojo da carne,A exangue máscara de cera,Cercada de flores,Que apodrecerão – felizes! – num dia,Banhada de lágrimasNascidas menos da saudade do que do espanto… A Morte Absoluta

O Bicho

  • por

Vi ontem um bichoNa imundície do pátioCatando comida entre os detritos. Quando achava alguma coisa,Não examinava nem cheirava:Engolia com voracidade. O bicho não era um cão,Não era um gato,Não era um rato. O bicho, meu… O Bicho