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Agonia de um Filósofo

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Consulto o Phtah-Hotep. Leio o obsoletoRig-Veda. E, ante obras tais, me não consolo…O Inconsciente me assombra e eu nele toloCom a eólica fúria do harmatã inquieto! Assisto agora à morte de um inseto!…Ah! todos os… Agonia de um Filósofo

A Esperança

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A Esperança não murcha, ela não cansa,Também como ela não sucumbe a Crença.Vão-se sonhos nas asas da Descrença,Voltam sonhos nas asas da Esperança. Muita gente infeliz assim não pensa;No entanto o mundo é uma ilusão… A Esperança

O Bandolim

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Cantas, soluças, bandolim do FadoE de Saudade o peito meu transbordas;Choras, e eu julgo que nas tuas cordas,Choram todas as cordas do Passado! Guardas a alma talvez d’um desgraçado,Um dia morto da Ilusão as bordas,Tanto… O Bandolim

Último Credo

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Como ama o homem adúltero o adultérioE o ébrio a garrafa tóxica de rum,Amo o coveiro – este ladrão comumQue arrasta a gente para o cemitério! É o transcendentalíssimo mistério!É o “nous”, é o “pneuma”,… Último Credo

Dolências

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Eu fui cadáver, antes de viver!…– Meu corpo, assim como o de Jesus Cristo,Sofreu o que olhos de homem não têm vistoE olhos de fera não puderam ver! Acostumei-me assim, pois, a sofrerE acostumado a… Dolências

A um Carneiro Morto

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Misericordiosíssimo carneiroEsquartejado, a maldição de PioDécimo caia em teu algoz sombrioE em todo aquele que for seu herdeiro! Maldito seja o mercador vadioQue te vender as carnes por dinheiro,Pois, tua lã aquece o mundo inteiroE… A um Carneiro Morto

Sonho de um Monista

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Eu e o esqueleto esquálido de EsquiloViajávamos, com uma ânsia sibarita,Por toda a pró-dinâmica infinita,Na inconsciência de um zoófito tranqüilo. A verdade espantosa do “Protilo”Me aterrava, mas dentro da alma aflitaVia Deus – essa mônada… Sonho de um Monista

Tempos Idos

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Não enterres, coveiro, o meu Passado,Tem pena dessas cinzas que ficaram;Eu vivo dessas crenças que passaram,E quero sempre tê-las ao meu lado! Não, não quero o meu sonho sepultadoNo cemitério da Desilusão,Que não se enterra… Tempos Idos

Soneto do Sonho

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O sonho, a crença e o amor, sendo a risonhaSantíssima Trindade da Ventura,Pode ser venturosa a criaturaQue não crê, que não ama e que não sonha?! Pois a alma acostumada a ser tristonhaPode achar por… Soneto do Sonho

Abandonada

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Bem depressa sumiu-se a vaporosaNuvem de amores, de ilusões tão bela;O brilho se apagou daquela estrelaQue a vida lhe tornava venturosa! Sombras que passam, sombras cor-de-rosa– Todas se foram num festivo bando,Fugazes sonhos, gárrulos voando–… Abandonada

Amor e religião

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Conheci-o: era um padre, um desses santosSacerdotes da Fé de crença pura,Da sua fala na eternal doçuraFalava o coração. Quantos, oh! Quantos Ouviram dele frases de canduraQue d’infelizes enxugavam prantos!E como alegres não ficaram tantosCorações… Amor e religião

Duas estrofes

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A queda do teu lírico arrabilDe um sentimento português ignotoLembra Lisboa, bela como um brinco,Que um dia no ano trágico de milE setecentos e cincoenta e cinco,Foi abalada por um terremoto! A água quieta do… Duas estrofes