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Para Telmo Vergara

de

Era uma rua tão antiga, tão distante
que ainda tinha crepúsculos, a desgraçada…
Acheguei-me a ela com este velho coração palpitante
de quem tornasse a ver uma primeira namorada

em todo o seu feitiço do primeiro instante.
E a noite, sobre a rua, era toda estrelada…
havia, aqui e ali, cadeiras na calçada…
E o quanto me lembrei, então, de um amigo constante,

dos que, na pressa de hoje, nem se usam mais
como essas velhas ruas que parecem irreais
e a gente, ao vê-las, diz: “Meu Deus, mas isto é um sonho!”

Sonhos nossos? Não tanto, ao que suponho…
São os mortos, os nossos pobres mortos que, saudosamente,
estão sonhando o mundo para a gente!

postado por em 16-11-2015