Para Telmo Vergara
de Mário QuintanaEra uma rua tão antiga, tão distante
que ainda tinha crepúsculos, a desgraçada…
Acheguei-me a ela com este velho coração palpitante
de quem tornasse a ver uma primeira namorada
em todo o seu feitiço do primeiro instante.
E a noite, sobre a rua, era toda estrelada…
havia, aqui e ali, cadeiras na calçada…
E o quanto me lembrei, então, de um amigo constante,
dos que, na pressa de hoje, nem se usam mais
como essas velhas ruas que parecem irreais
e a gente, ao vê-las, diz: “Meu Deus, mas isto é um sonho!”
Sonhos nossos? Não tanto, ao que suponho…
São os mortos, os nossos pobres mortos que, saudosamente,
estão sonhando o mundo para a gente!