A Montanha
de Olavo BilacCalma, entre os ventos, em lufadas cheias
De um vago sussurrar de ladainha,
Sacerdotisa em prece, o vulto alteias
Do vale, quando a noite se avizinha:
Rezas sobre os desertos e as areias,
Sobre as florestas e a amplidão marinha;
E, ajoelhadas, rodeiam-te as aldeias,
Mudas servas aos pés de uma rainha.
Ardes, num holocausto de ternura…
E abres, piedosa, a solidão bravia
Para as águias e as nuvens, a acolhê-las;
E invades, como um sonho, a imensa altura,
– Última a receber o adeus do dia,
Primeira a ter a bênção das estrelas!
(in Poesia Parnasiana. Antologia. Ed Melhoramentos)
postado por Célia de Lima em 22-11-2008