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Romantismo

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Seremos ainda românticose entraremos na densa mata,em busca de flores de prata,de aéreos, invisíveis cânticos. Nas pedras, à sombra, sentados,respiraremos a frescurados verdes reinos encantadosdas lianas e da fonte pura. E tão românticos seremos,de tão… Romantismo

Ao Aleijadinho

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Pálida a lua sob o pálio avançaDas estrelas de uma perdida infância.Fatigados caminhos refazemosDa outrora máquina da mineração. É nossa própria forma, o frio moldeQue maduros tentamos atingir,Volvendo à laje, à pedra de olhos facetados,Sem… Ao Aleijadinho

A Rua dos Cataventos ( XIX )

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Minha morte nasceu quando eu nasci.Despertou, balbuciou, cresceu comigo…E dançamos de roda ao luar amigoNa pequenina rua em que vivi. Já não tem mais aquele jeito antigoDe rir e que, ai de mim, também perdi!Mas… A Rua dos Cataventos ( XIX )

O Lenço Dela

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Quando a primeira vez, da minha terraDeixei as noites de amoroso encanto,A minha doce amante suspirandoVolveu-me os olhos úmidos de pranto. Um romance cantou de despedida,Mas a saudade amortecia o canto!Lágrimas enxugou nos olhos belos…E… O Lenço Dela

Fio d’Água

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 “Não quero ser o grande rio caudaloso Que figura nos mapas.  Quero ser o cristalino fio d’água Que canta e murmura na mata silenciosa.”  (in Sinfonia da Vida, Pólo Ed. do PR, 1997, p.28 e 29) Sobre Helena Kolody: http://pt.wikipedia.org/wiki/Helena_Kolody

O Sobrevivente

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Impossível compor um poema a essa altura da evolução da humanidade.Impossível escrever um poema – uma linha que seja – de verdadeira poesia.O último trovador morreu em 1914.Tinha um nome de que ninguém se lembra… O Sobrevivente

O Auto-Retrato

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No retrato que me faço– traço a traço –às vezes me pinto nuvem,às vezes me pinto árvore…às vezes me pinto coisasde que nem há mais lembrança…ou coisas que não existemmas que um dia existirão…e, desta… O Auto-Retrato

Dona Doida

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Uma vez, quando eu era menina, choveu grossocom trovoadas e clarões, exatamente como chove agora.Quando se pôde abrir as janelas,as poças tremiam com os últimos pingos.Minha mãe, como quem sabe que vai escrever um poema,decidiu… Dona Doida

A Berlim

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Vós os vereis surgir da aurora mansaFirmes na marcha e uníssonos no bradoOs heróicos demônios da vingançaQue vos perseguem desde Stalingrado. As mãos queimadas do fuzil candenteAs vestes podres de granizo e lamaVós os vereis… A Berlim