Em Cada Sentimento Meu
de Roger JonesEm cada sentimento meu…
Tem um sentido…
E um rumo inexistente…
Em cada sentimento meu…
Tem um sentido…
E um rumo inexistente…
Já o verme – este operário das ruínas –
(…)
Anda a espreitar meus olhos para roê-los
Será o ser algo desdobrável
Ou incorruptível ao ponto único
De não ter mais nada em si
Do que a própria estrutura de ser?
Esta chama que alenta e consome,
Que é vida – e que a vida destrói –
Como é que se veio a atear?
Louco amor meu, que quando toca, fere
E quando fere vibra, mas prefere
Ferir a fenecer – e vive a esmo
Se nela está minha alma transformada,
que mais deseja o corpo de alcançar?
Em si somente pode descansar,
pois consigo tal alma está ligada.
O eterno sonho da alma desterrada,
Sonho que a traz ansiosa e embevecida,
É uma hora feliz, sempre adiada
Ser poeta é ter em si o sol resplandecente
A aurora, o crepúsculo e a noite enluarada