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O primeiro poema

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O menino foi andando na beira do rioe achou uma voz sem boca.A voz era azul.Difícil foi achar a boca que falasse azul.Tinha um índio terena que diz-quefalava azul.Mas ele morava longe.Era na beira de… O primeiro poema

Livre

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Livre! Ser livre da matéria escrava,arrancar os grilhões que nos flagelame livre penetrar nos Dons que selama alma e lhe emprestam toda a etérea lava. Livre da humana, da terrestre bavados corações daninhos que regelam,quando… Livre

O Bicho

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Vi ontem um bichoNa imundície do pátioCatando comida entre os detritos. Quando achava alguma coisa,Não examinava nem cheirava:Engolia com voracidade. O bicho não era um cão,Não era um gato,Não era um rato. O bicho, meu… O Bicho

A Cruz da Estrada

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Caminheiro que passas pela estrada,Seguindo pelo rumo do sertão,Quando vires a cruz abandonada,Deixa-a em paz dormir na solidão. Que vale o ramo do alecrim cheirosoQue lhe atiras nos braços ao passar?Vais espantar o bando buliçosoDas… A Cruz da Estrada

Tecendo a Manhã

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1.Um galo sozinho não tece uma manhã:ele precisará sempre de outros galos. De um que apanhe esse grito que elee o lance a outro; de um outro galoque apanhe o grito de um galo antese… Tecendo a Manhã

Romantismo

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Seremos ainda românticose entraremos na densa mata,em busca de flores de prata,de aéreos, invisíveis cânticos. Nas pedras, à sombra, sentados,respiraremos a frescurados verdes reinos encantadosdas lianas e da fonte pura. E tão românticos seremos,de tão… Romantismo

Ao Aleijadinho

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Pálida a lua sob o pálio avançaDas estrelas de uma perdida infância.Fatigados caminhos refazemosDa outrora máquina da mineração. É nossa própria forma, o frio moldeQue maduros tentamos atingir,Volvendo à laje, à pedra de olhos facetados,Sem… Ao Aleijadinho

A Rua dos Cataventos ( XIX )

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Minha morte nasceu quando eu nasci.Despertou, balbuciou, cresceu comigo…E dançamos de roda ao luar amigoNa pequenina rua em que vivi. Já não tem mais aquele jeito antigoDe rir e que, ai de mim, também perdi!Mas… A Rua dos Cataventos ( XIX )

O Lenço Dela

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Quando a primeira vez, da minha terraDeixei as noites de amoroso encanto,A minha doce amante suspirandoVolveu-me os olhos úmidos de pranto. Um romance cantou de despedida,Mas a saudade amortecia o canto!Lágrimas enxugou nos olhos belos…E… O Lenço Dela

Fio d’Água

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 “Não quero ser o grande rio caudaloso Que figura nos mapas.  Quero ser o cristalino fio d’água Que canta e murmura na mata silenciosa.”  (in Sinfonia da Vida, Pólo Ed. do PR, 1997, p.28 e 29) Sobre Helena Kolody: http://pt.wikipedia.org/wiki/Helena_Kolody