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Noturno

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O gato, que mora no mundo para sempre perdido do cinema silencioso, atravessa o país do tapete, onde se abrem flores falsamente tropicais.

No pé da escada, por força do hábito, a avozinha morta começa a tricotar mais um pulôver.

Por trás de suas barbas, no retrato da parede, o olhar do avô indaga: – para quê?

De repente, na copa, o refrigerador compõe ruidosamente a garganta, enquanto estremecem de medo os frágeis habitantes do porta-cristais: – Meu Deus, meu Deus, ele agora vai fazer um discurso!

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