Prazer e Pesar
de Gregório de MatosUm prazer, e um pesar quase irmanados,
Um pesar, e um prazer, mas divididos
Entraram nesse peito tão unidos,
Que Amor os acredita vinculados.
No prazer acha Amor os esperados
Frutos de seus extremos conseguidos,
No pesar acha a dor amortecidos
Os vínculos do sangue separados.
Mas ai fado cruel! que são azares
Toda a sorte, que dás dos teus haveres,
Pois val o mesmo dares, que não dares.
Emenda-te, fortuna, e quando deres,
Não seja esse prazer em dois pesares,
Nem prazer enterrado nos Prazeres.
postado por Ederson Peka em 11-12-2011