No Cárcere
de Olavo BilacPor que hei de, em tudo quanto vejo, vê-la?
Por que hei de eterna assim reproduzida
Vê-la na água do mar, na luz da estrela?
Na nuvem de ouro e na palmeira erguida?
Fosse possível ser a imagem dela
Depois de tantas mágoas esquecida!…
Pois acaso será, para esquecê-la,
Mister e força que me deixe a vida?
Negra lembrança do passado! Lento
Martírio, lento e atroz! Por que não há de
Ser dado a toda mágoa o esquecimento?
Por quê? Quem me encadeia sem piedade
No cárcere sem luz deste tormento,
Com os pesados grilhões dessa saudade?
postado por Ederson Peka em 07-07-2007