Ironia de Lágrimas
de Cruz e SousaJunto da Morte é que floresce a Vida!
Andamos rindo junto à sepultura.
À boca aberta, escancarada, escura
da cova é como flor apodrecida.
A Morte lembra a estranha Margarida
do nosso corpo, Fausto sem ventura…
ela anda em torno a toda a criatura
numa dança macabra indefinida.
Vem revestida em suas negras sedas
e as marteladas lúgubres e tredas
das ilusões o eterno esquife prega.
E adeus caminhos vãos, mundos risonhos!
Lá vem a loba que devora os sonhos,
faminta, absconsa, imponderada, cega!
postado por Ederson Peka em 01-11-2006