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Depois do Sol

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Fez-se noite com tal mistério,
Tão sem rumor, tão devagar,
Que o crepúsculo é como um luar
Iluminando um cemitério…

Tudo imóvel… Serenidades…
Que tristeza, nos sonhos meus!
E quanto choro e quanto adeus
Neste mar de infelicidades!

Oh! Paisagens minhas de antanho…
Velhas, velhas, nem vivem mais…
– As nuvens passam desiguais,
Com sonolência de rebanho.

Seres e coisas vão-se embora…
E, na auréola tiste do luar,
Anda a lua, tão devagar,
Que parece Nossa Senhora.

Pelos silêncios a sonhar…
Depois do Sol

postado por em 06-10-2003