Depois do Sol
de Cecília MeirelesTudo imóvel... Serenidades...
Que tristeza, nos sonhos meus!
E quanto choro e quanto adeus
Neste mar de infelicidades!
Tudo imóvel... Serenidades...
Que tristeza, nos sonhos meus!
E quanto choro e quanto adeus
Neste mar de infelicidades!
O Viajante traça seu caminho, afinal,
Sob o sol fresco e intermitente;
E o potro persegue encurvado, silente,
O tortuoso eco de suas pisadas.
O amor antigo vive de si mesmo,
Não de cultivo alheio ou de presença.
Não vos iludais o velho que aqui vai:
Eu quero os meus brinquedos novamente!
As altas tôrres, que fundei no vento,
Levou, em fim, o vento que as sostinha;
Do mal que me ficou a culpa é minha,
Pois sôbre cousas vãs fiz fundamento.
Vem do encéfalo absconso que a constringe,
Chega em seguida às cordas do laringe,
Tísica, tênue, mínima, raquítica...
Meti todos os dedos mercenários
Na consciência daquela multidão...
E, em vez de achar a luz que os Céus inflama,
Somente achei moléculas de lama
Daqui pra frente
Tudo vai ser diferente
Você vai aprender a ser gente
Seu orgulho não vale nada