Contre qui, rose
de Rainer Maria RilkeContra quem,
rosa,
adotaste esses espinhos?
Contra quem,
rosa,
adotaste esses espinhos?
Tu me moves, Senhor,
move-me o ver-te
cravado nessa cruz
e escarnecido.
E começo a acreditar
No mau feitiço da estrada:
Que se ela não começou
Também não foi acabada!
Eu queria
(só)
perceber o invislumbrável
no levíssimo que sobrevoava
A eterna aspiração de um sonho superior:
buscar um companheiro e encontrar um senhor.
Há uma fita
que vai sendo cortada
deixando uma sombra
no papel.
Morrer.
Morrer de corpo e de alma.
Completamente.
Deixar o mundo sem pena
Buscar a aurora sorrindo
Será morrer?
Ficou o espírito, mais livre que o corpo.
A música, muito além do instrumento.
Ó noites claras de lua cheia,
Como eu vos amo, noites formosas!
Cargo muito pesado pra mulher,
Mas o que sinto escrevo.
Cumpro a sina.
As moscas iriam iluminar
O silêncio das coisas anônimas.
A voz se estendeu na direção da boca.