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Crer

de

Entre o crer e o não crer o homem vacila;
E vacila e duvida porque pensa.
Não pode a mente repousar, tranqüila,
Nem mesmo na certeza da descrença.

Ora, na Fé, o espírito se asila;
Crê. Da Razão as deduções dispensa…
Ora, analisa, decompõe, destila
E, da ciência ao crisol, exclui a crença.

Mas a crença subsiste, onipresente;
Argumentos aos mil o sábio emprega
E, afirmando o “não crer”, é, em suma, um crente.

Deus, como a luz do sol, deslumbra e cega;
E, por querer fitá-lo frente a frente,
O ateu se ofusca, fecha os olhos – nega.

postado por em 20-10-2006