A Rua dos Cataventos ( XXXI )
de Mário QuintanaÉ outono. E é Verlaine… O Velho Outono
Ou o Velho Poeta atira-me à janela
Uma das muitas folhas amarelas
De que ele é o dispersivo dono…
E há uns salgueiros a pender de sono
Sobre um fundo de pálida aquarela.
E há (está previsto) este abandono…
Ó, velhas rimas! É acabar com elas!
Mas o Outono apanha-as… E, sutil,
Com o rosto a rir-se em rugazinhas mil,
Toca de novo o seu fatal motivo:
Um quê de melancólico e solene
– E para todo o sempre evocativo –
Na frauta enferrujada de Verlaine…
postado por Ederson Peka em 01-09-2015