A Rua dos Cataventos ( XX )
de Mário Quintana(a Athos Damasceno Ferreira)
Estou sentado sobre a minha mala
No velho bergantim desmantelado…
Quanto tempo, meu Deus, malbaratado
Em tanta inútil, misteriosa escala!
Joguei a minha bússola quebrada
Às águas fundas… E afinal sem norte,
Como o velho Sindbad de alma cansada
Eu nada mais desejo, nem a morte…
Delícia de ficar deitado ao fundo
Do barco, a vos olhar, velas paradas!
Se em toda parte é sempre o Fim do Mundo
Pra que partir? Sempre se chega, enfim…
Pra que seguir empós das alvoradas
Se, por si mesmas, elas vêm a mim?
postado por Ederson Peka em 08-03-2015