A Rua dos Cataventos ( XVIII )
de Mário Quintana(a F. Soares Coelho)
Esses inquietos ventos andarilhos
Passam e dizem: “Vamos caminhar.
Nós conhecemos misteriosos trilhos,
Bosques antigos onde é bom cismar…
E há tantas virgens a sonhar idílios!
E tu não vieste, sob a paz lunar,
Beijar os seus entrefechados cílios
E as dolorosas bocas a ofegar…”
Os ventos vêm e batem-me à janela:
“A tua vida, que fizeste dela?”
E chega a morte: “Anda! Vem dormir…
Faz tanto frio… E é tão macia a cama…”
Mas toda a longa noite inda hei de ouvir
A inquieta voz dos ventos que me chama!…
postado por Ederson Peka em 01-02-2015