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A Rua dos Cataventos ( XVIII )

de

(a F. Soares Coelho)

Esses inquietos ventos andarilhos
Passam e dizem: “Vamos caminhar.
Nós conhecemos misteriosos trilhos,
Bosques antigos onde é bom cismar…

E há tantas virgens a sonhar idílios!
E tu não vieste, sob a paz lunar,
Beijar os seus entrefechados cílios
E as dolorosas bocas a ofegar…”

Os ventos vêm e batem-me à janela:
“A tua vida, que fizeste dela?”
E chega a morte: “Anda! Vem dormir…

Faz tanto frio… E é tão macia a cama…”
Mas toda a longa noite inda hei de ouvir
A inquieta voz dos ventos que me chama!…

postado por em 01-02-2015