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A Aranha

de

Não te afastes de mim, temendo a minha sanha
E o meu veneno… Escuta a minha triste história:
Aracne foi meu nome e na trama ilusória
Das rendas florescia a minha graça estranha.

Um dia desafiei Minerva. De tamanha
Ousadia hoje expio a incomparável glória…
Venci a deusa. Então, ciumenta da vitória,
Ela não ma perdoou: vingou-se e fez-me aranha!

Eu que era branca e linda, eis-me medonha e escura
Inspiro horror… Ó tu que espias a urdidura
Da minha teia, atenta ao que o meu palpo fia:

Pensa que fui mulher e tive dedos ágeis,
Sob os quais incessante e vária a fantasia
Criava a pala sutil para os teus ombros frágeis…

postado por em 08-08-2010