2.5
de Manoel de BarrosEstou sem eternidades.
Não posso mais saber quando amanheço ontem.
postado por Ederson Peka em 29-01-2008
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Estou sem eternidades.
Não posso mais saber quando amanheço ontem.
Minha mãe custa a acordar a sala
Fujo de mim, na última quadra
Nem se engane nenhuma criatura,
que não pode nenhum impedimento
fugir…
Oh, como não me alegra
ter este coração de pedra!
Dizei por que assim me fizestes,
vós todos…
Sede assim qualquer coisa
serena, isenta, fiel.
Pecador indomável, nunca insulto
A primavera que já vai distante.
Sentindo a flama quase adormecida,
Apelo para uma última vitória,
E ardo…
Dormi-lhe no peito frio de um sono sem sonhos,
Mas a carne no desvario da manhã,
Roubou-me a paz.