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A Odisseia do Verso

de

Vieram da fonte sensitiva e casta
do Coração: filtraram-se em requinte,
nos centros cerebrais: são versos... basta.
É estrofá-los em luz, por conseguinte.

É escrevê-los em fogo, em tom que os pinte,
voz que os declame... E a língua mal se arrasta!
E a pena extrai-lhes a expressão seguinte
que os fixa nos papéis da minha pasta...

Leva-mos o impressor, a publicá-los.
Lá se vão os meus versos... E eu sucumbo,
ao despedir-me da alma, entre ais e abalos...

E, ante a máquina, agora, o olhar descerro:
— vejo o meu Sonho transformado em chumbo!...
— vejo a minha Arte reduzida a ferro!...

postado por em 11-10-2016