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Freira

de

Em teu calmo semblante e em teu olhar parado
há perdido, - bem sei, - um mistério qualquer...
Quem sabe se pecaste... e se foi teu pecado
que te fez esquecer que és bela e que és mulher?...

Hoje és santa... O passado passou, - é o passado...
- dele já não terás uma ilusão sequer...
E o amor que se tornou funesto e amargurado
sepultas no silêncio... e em teu árduo mister...

Mais à frente está a vida... a vida humana e bela!
Teu presente é uma prece; teu passado: um poema;
teu futuro: um rosário, um altar, uma cela...

Evadida do mundo, - ao ver-te, à luz do dia,
- não sei se te admire a renúncia suprema,
ou se lastime a tua imensa covardia!

postado por em 09-01-2011